PARQUE TENÓRIO – 2ª Parte
(Ivan Pegoraro)
Durante o período em que Tenório esteve preso o seu Parque
perdeu um pouco do movimento, mas continuou funcionando nas sombras comandados
por antigos aliados, principalmente uma sócia minoritária que de nariz
arrebitado sempre se achou melhor do que os outros. Retornando da prisão, Tenório
convocou seus melhores empregados e aliados e inconformado com o crescimento de
outro parque na cidade, bem frequentado, melhor iluminado e mais bem
fiscalizado apresentou uma solução que seria sem dúvida redentora para seu
futuro. Tenório não se conformava de estar sendo passado para traz e então
sugeriu mandar fazer uma grande placa, iluminada de neon em cores encarnadas e
com luzes piscando com as iniciais do seu parque, esperando atrair mais
movimento. E assim o fez. O povo acreditou e uma boa parte convencido de que o
parque tivera uma melhoria substancial de seus elementos, voltaram a
frequentá-lo, de certo modo, diminuindo o movimento do outro parque, ao lado
direito da entrada da cidade. Tenório baixou um aviso para todos os componentes
de seu parque, orientando-os de que até segunda ordem, todos os batedores de
carteiras deveriam ser avisados e mantidos fora dali, aguardando novas ordens.
Afinal, somente demonstrando ser tão bom quanto o outro parque, voltaria a ser
o primeiro, o preferido dos cidadãos daquela cidade. O prefeito da cidade
consultado sobre a utilização da placa, respondeu que estava de acordo com a
lei da cidade limpa e nada poderia fazer. Tinha a metragem prevista e estava
dentro do recuo do terreno. Quem fez a consulta não se conformou e ingressou na
justiça, que indeferiu seu pedido dizendo que o prefeito estava certo. (Continua
na próxima semana)
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