sábado, 3 de agosto de 2019



A  MUTAÇÃO
(Ivan Pegoraro)


Apertei os olhos para reconhecer.  Mas não tinha certeza se o conhecia. Quantos anos haviam se passado desde então; naquela época marcas não havia. Nem surpresa. Nem nada. O mundo naquele ciclo estava para ser descoberto, assim como a sua própria vida se mostrava pronta para aquela jornada sem fim. Mas, eu conheço esta pessoa, certeza que já estive como ela;  lhe fiz companhia e recebi a sua presença. Mas onde exatamente houve a mudança???  Não percebi, mas a reconheço.  Novamente apertei os olhos para reconhecê-lo; aquela presença assustada, mas tranquila porque me pareceu bondosa e calma. Incrível como o tempo passa e aqui, neste momento, sozinho não sou capaz de reconhecer a sua velocidade.   Pareceu-me inadequada – a velocidade - diante de tantos percalços da vida. Esta estrada deveria ser mais longa, mais serena e com menos obstáculos e atribulações. Passei a mão naquele rosto. Virei a face de um lado a outro tentando compreender a mudança. Aproximei-me o mais que pude daqueles olhos. Quase cheguei a tocá-los e me afastei de abrupto. A imagem se embaçou diante dos meus olhos. Com a toalha rapidamente limpei aquele embaçamento, penteei os cabelo e saí !!!!

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