O
TELEFONE CELULAR E O MARTÍRIO
(Ivan
Pegoraro)
O cidadão está no restaurante ao seu lado; ou sentado na
poltrona do avião esperando o encerramento do embarque, ou mesmo na sala de
espera do profissional que vai lhe atender. Então o indivíduo saca o seu telefone
celular e como se estivesse num campo aberto, sozinho e desconhecido, começa
com aquele vozeirão e mostrar que é um entendido no assunto e passa a dar
ordens ou falar sobre o andamento daquele processo. É impossível você sequer
continuar a ler o que está lendo porque a irritação sua e dos demais que por
ali se encontram chega no limite do suportável. É uma total falta de urbanidade,
de respeito e invasão da sua privacidade inversa tendo em vista que ninguém é
obrigado a ter de suportar a audição compulsória de um assunto que não lhe diz
respeito. Essas pessoas deveriam ter um mínimo
dos mínimos de delicadeza e calibrar a sua voz falando baixo se não for
possível adiar o colóquio para um espaço que seja mais apropriado. Pelo menos
posicione a mão em frente do microfone do celular condensando o som, e
converse com voz baixa, quase num murmúrio, o que pelo menos demonstrará que
você tem respeito com o direito do silencio e privacidade dos teus vizinhos. Parece que certas pessoas mesmo convivendo
com o sistema diuturnamente não aprendem a delicadeza do trato e respeito com o
seu igual, tudo querendo fazer para quebrar as regras e demonstrar, -ei
eu estou aqui; e ou – eu sou
isso e tenho aquilo. ! Francamente,
vai chegar um dia que nos consultórios médicos e dentro do avião e no cardápio
do restaurante haverá de ser inserido uma mensagem em destaque alertando os
usuários para falar baixo no telefone, respeitando as demais pessoas em sua
volta. Para esses ignorantes de
carteirinha é muito fácil perceber quando estão sendo inconvenientes. Basta
prestar um mínimo de atenção e perceber quando os vizinhos passam a olhar para
trás ou aqueles que estão lendo levantarem os olhos da revista fulminando-os
com um olhar indignado e direto. É o melhor e maior sinal de que o interlocutor
está ultrapassando o limite do razoável e começando a invadir o direito da
privacidade dos demais que por ali se encontram. É uma barbaridade os
comportamentos inadequados e invasivos desses elementos, parecendo que esta
necessidade de se fazer notar é uma prioridade extensiva de sua própria personalidade. Não custa nada ser adequado com o ambiente,
ainda mais num local de silêncio ou onde as pessoas conversam baixo e de forma
civilizada Ao começar o vizinho a berrar ao teu lado falando no seu telefone celular,
se não tiver jeito de se mudar de lugar a solução – e me parece não ter outra –
é torcer para a conversa terminar logo e se possível até formulando mentalmente
as hipóteses do intercâmbio que ali está sendo debatida. A verdade única é que
esses elementos não possuem educação e têm um mínimo de respeito ao cidadão que
compartilha daquele espaço. Quem sabe,
caso este pequeno artigo sirva para alertar um único desavisado, já não será um
prêmio para algumas pessoas que se livraram do martírio nos acontecimentos que
o futuro nos reserva.
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