segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020


O TELEFONE  CELULAR  E  O  MARTÍRIO
(Ivan Pegoraro)




O cidadão está no restaurante ao seu lado; ou sentado na poltrona do avião esperando o encerramento do embarque, ou mesmo na sala de espera do profissional que vai lhe atender. Então o indivíduo saca o seu telefone celular e como se estivesse num campo aberto, sozinho e desconhecido, começa com aquele vozeirão e mostrar que é um entendido no assunto e passa a dar ordens ou falar sobre o andamento daquele processo. É impossível você sequer continuar a ler o que está lendo porque a irritação sua e dos demais que por ali se encontram chega no limite do suportável. É uma total falta de urbanidade, de respeito e invasão da sua privacidade inversa tendo em vista que ninguém é obrigado a ter de suportar a audição compulsória de um assunto que não lhe diz respeito.  Essas pessoas deveriam ter um mínimo dos mínimos de delicadeza e calibrar a sua voz falando baixo se não for possível adiar o colóquio para um espaço que seja mais apropriado. Pelo menos posicione a mão em frente do microfone do celular condensando o som, e converse com voz baixa, quase num murmúrio, o que pelo menos demonstrará que você tem respeito com o direito do silencio e privacidade dos teus vizinhos.  Parece que certas pessoas mesmo convivendo com o sistema diuturnamente não aprendem a delicadeza do trato e respeito com o seu igual, tudo querendo fazer para quebrar as regras e demonstrar, -ei eu estou aqui;  e ou eu sou isso e tenho aquilo. !  Francamente, vai chegar um dia que nos consultórios médicos e dentro do avião e no cardápio do restaurante haverá de ser inserido uma mensagem em destaque alertando os usuários para falar baixo no telefone, respeitando as demais pessoas em sua volta.  Para esses ignorantes de carteirinha é muito fácil perceber quando estão sendo inconvenientes. Basta prestar um mínimo de atenção e perceber quando os vizinhos passam a olhar para trás ou aqueles que estão lendo levantarem os olhos da revista fulminando-os com um olhar indignado e direto. É o melhor e maior sinal de que o interlocutor está ultrapassando o limite do razoável e começando a invadir o direito da privacidade dos demais que por ali se encontram. É uma barbaridade os comportamentos inadequados e invasivos desses elementos, parecendo que esta necessidade de se fazer notar é uma prioridade extensiva de sua própria personalidade.  Não custa nada ser adequado com o ambiente, ainda mais num local de silêncio ou onde as pessoas conversam baixo e de forma civilizada Ao começar o vizinho a berrar ao teu lado falando no seu telefone celular, se não tiver jeito de se mudar de lugar a solução – e me parece não ter outra – é torcer para a conversa terminar logo e se possível até formulando mentalmente as hipóteses do intercâmbio que ali está sendo debatida. A verdade única é que esses elementos não possuem educação e têm um mínimo de respeito ao cidadão que compartilha daquele espaço.  Quem sabe, caso este pequeno artigo sirva para alertar um único desavisado, já não será um prêmio para algumas pessoas que se livraram do martírio nos acontecimentos que o futuro nos reserva.




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