sexta-feira, 25 de outubro de 2019


O  DRAMA  DE  UMA   
REPRESA
(Ivan Pegoraro)

A represa Capivara atualmente (25/10/2019) esta com 21,63% da sua capacidade total em seu reservatório, segundo dados colhidos da ONS – OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO. Para quem não sabe, esta represa banha toda região que compreende Taciba em São Paulo, Porto Capim na divisa do Paraná com São Paulo, passa por Rancho Alegre, Sertanópolis, Primeiro de Maio, Alvorada do Sul e Porecatu, entre outras cidades, nesta ultima recebendo a barragem que produz energia. Não vou falar aqui de suas dimensões e geração de energia porque ai entraria num aspecto técnico do tema. Porém não posso deixar de mencionar o que foi envolvido com esta represa. A construção da barragem da Usina Hidrelétrica, no Rio Paranapanema, entre os municípios de Porecatu (PR) e Taciba (SP) foi terminada em 1975. Com o término da obra, se formou o maior reservatório da Bacia do Paranapanema, no qual foram alagados 64.000 hectares de terras férteis, sendo 40.307,09 hectares somente no Estado  do Paraná. De acordo com a CIBACAP (Consórcio Intermunicipal da Bacia Capivara) os municípios do Paraná tiveram maior número de terrenos alagados, resultando em 10,2% do total de suas áreas, cerca de três vezes mais, comparando-se com o estado de São Paulo. Os municípios que tiveram maiores perdas no Paraná foram Primeiro de Maio (25,4%), Sertaneja (23%) e Alvorada do Sul (20,4%) Mas sim vou falar do impacto negativo que atualmente a região está sofrendo não só para o turismo, mas também todo ecossistema envolvido nesta dramática situação. É preciso também registrar o fato da Represa  Capivara pertencer a uma empresa chinesa chamada  China Three Gorges Corporation e desde 2013 se propôs a oferecer um serviço diferenciado que atendesse aos anseios da população. A forte estiagem que assola toda região poderia ser uma justificativa para a redução dramática do reservatório. Mas, nenhum tipo de melhoria foi oferecido até agora pela proprietária para minimizar o estrago produzido para quem se utiliza da represa como meio de vida ou investiu nela na área de lazer e turismo. A pesca profissional está comprometida e ecossistema vem padecendo. Um ecossistema é um conjunto formado pelas interações entre componentes bióticos, como os organismos vivos: plantas, animais e micróbios, e os componentes abióticos, elementos químicos e físicos, como o ar, a água, o solo e minerais. Uma visita às margens da represa é o suficiente para se constatar a degradação desta micro-vida, sem que as autoridades competentes movam uma palha para minimizar esta tragédia. Proprietários de chácaras em toda margem veem a impossibilidade do desfrute náutico e o turismo em geral, sofre um nocaute decisivo com baixa ou nenhuma procura das suas hospedarias e hotéis. Não há notícia nenhuma por parte da proprietária chinesa se haverá solução, a curto, médio ou longo prazo. Este ano, a represa esteve neste estado lamentável por pelo menos sete meses. Há uma agonia profunda e latente de seus usuários a espera de uma solução.  Mas não há para quem se socorrer; não há autoridade estadual que tente solucionar esta dramática situação, que em tempos de proteção ao meio ambiente, vem fechando os olhos para esta tragédia.  A Represa Capivara é nossa e é importante que todos nós pleiteemos em uma só voz  o socorro que ela merece.



15 comentários:

  1. Isso e uma vergonha ....as piracema e agora e o Rio praticamente sem água.

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  2. Acho que uma manifestação seria razoável neste momento, irmos todas a frente da barragem e cobrar uma explicação. Alexandre Feitosa, Sonho dourado, primeiro de maio-pr.

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    1. CONCORDO COM VC E TOPAMOS PARTICIPAR DESSA MANIFESTACAO, TENHO CHACARA EM SERTANOPOLIS E É LAMENTAVEL A SITUAÇÃO

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    2. Então matando todos peixe pexe desvova capim ai cerca represa morte todos ovos dai ninguem toma providência tinha muita corinba hoje não se vê mais lamentável

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  3. Poderíamos aproveitar a baixa da água e arrancar os tocos que podem causar sérios acidentes.

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  4. Desde a construção desta usina ate hoje, nao sei de nenhum governo que se dispôs a ajudar as cidades envolvidas. Nao tenho conhecimento tecnicos, mas que estao destruindo a vida aquatica e a falna do lago isso e muito claro. E ainda veem falar na preservaçao da natureza. Isso e desanimador.

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  5. Atençao autoridades e ambientalistas, nossa Lago e nossa regiao entao sucumbino. Pedimos encarecidamente. Socorro. E tem que ser urgente.

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  6. Parabéns Ivan por este alerta. Esse é o preço que vamos ter que pagar pela devastação da Natureza e será um preço dolorido de se pagar. Recentemente vi um reportagem sobre poços artesianos que já estão secando e infelizmente não vejo neste caso nada a se fazer a não ser colocarmos o joelho no chão e pedir providência DIVINA.����������‍��‍����️��️��️��️��️��️

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  7. Parabéns Ivan por este alerta. Esse é o preço que vamos ter que pagar pela devastação da Natureza e será um preço dolorido de se pagar. Recentemente vi um reportagem sobre poços artesianos que já estão secando e infelizmente não vejo neste caso nada a se fazer a não ser colocarmos o joelho no chão e pedir providência DIVINA.����������‍��‍����️��️��️��️��️��️

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  8. Por algumas vezes pensamos em adquirir e ou investir nas margens da represa, porém esta insegurança nos impediu

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  9. Lamentável, as autoridades ninguém está falando do assunto, deveríamos procurar os canais de mídias e exigir soluções

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  10. Ivan Pegoraro , parabens e obrigada pelas informações, deviamos nos unir para tomar uma providencia , é lamentavel a situação.

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  11. Ivan parabéns da observação. Após o trecho desta bacia, a jusante da barragem, vemos a extinção dos peixes. Na piracema, entre a represa de Rosana e da capivara, os peixes não tem como subir a barragem de Rosana e muito menos a capivara, porque ambas não tem o canal de migração dos peixes. Ambas as barragens precisam urgentemente dos canais que permitem a subida dos peixes no período da piracema, motivos da extinção dos peixes nas duas bacias. Moacir Enos Rosa, cond pedra preta, centenário do sul

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  12. Parabéns Ivan, pela postagem. Muito triste mesmo e lamentável. Algumas observações: ANEEL: Regula e fiscaliza a produção, transmissão e comercialização de energia elétrica; ANA: define critérios, níveis e vasão dos principais rios; ONS: quem opera; CTG: em relação aos aspectos regulatórios, opera as usinas e reservatórios sob concessão, cumpre regras estabelecidas para operar e garantir a vasão minima ambiental. Pois bem, a CTG, nesses últimos dias está com um programa SOSEM situação de emergência visitando alguns municípios e convidando aos interessados a participarem. Porém, a justificativa é em relação a pouca chuva e a crise do reservatório, país todo com escassez, ao aumento do consumo de energia e a manutenção do volume do reservatório. É importante registrar que nas Usinas de Jurumirim e de Chavantes (também sob a concessão da CTG) a variação destas Represas são de aproximados 8 m e a Represa de Capivara 13 m. Por que a diferença? Já ouvi do Superintendente de Assuntos Críticos da ANA, Sr Joaquim Gondin, que na nossa represa Capivara não haveria alteração e em Chavantes, devido ao Angra Doce (região de interesse turístico) seria mantido o nivel. Sabemos da pouca chuva e que o Rio Paranapanema abastece 5 % de energia do Brasil. Creio que a única forma de amenizar esta questão seria os municípios lindeiros se unirem, fazerem uma mobilização para fortalecer esta demanda, uma mobilização com a sociedade civil organizada, comitê da bacia, ação com força e vontade política, (pois os aspectos políticos interferem), enfim, uma ação coletiva. Caso contrário, dificilmente algo será feito em relação ao vertedor, ao controle da Represa. Quem sabe uma mobilização com uma governança regional, com interesse no desenvolvimento com foco no Turismo Náutico e com as questões de preservação e de sustentabilidade teria força...

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  13. Em tempo, mobilização não apenas dos municípios lindeiros mas também dos municípios do em torno, que poderão ser beneficiados com o desenvolvimento regional. A mobilização tambem no sentido de tornar nossa região de interesse turístico. Potencial temos porém temos que formata-los em produtos, descortinar os vários ativos turísticos de nossa reunião região: náutico, rural, cultural, eventos, agronegocio, aventura... Anete Andrade Frederico - Sertaneja-PR

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